Se gosta de automóveis, brinde à “colheita” de 1962...
Em tempo de Natal, quando uma grande refeição em família aconselha um vinho de excepção, vêm à baila as discussões sobre grandes colheitas e, se os automóveis fossem como o vinho, 1962 seria recordado como um ano transcendente...
FERRARI 250 GTO. No entanto, há automóveis cuja imagem sobreviveu à inexorável passagem do tempo, mas que continuam a ser marcantes e a despertar paixões. Exemplos não faltam e, de todos quantos seria possível evocar, o Ferrari 250 GTO continua a ser uma estrela de primeira grandeza na história do automóvel.
Tal como os grandes vinhos, os grandes automóveis, quanto mais antigos, mais valiosos se tornam. Basta recordar que em 1987 o chassis 4757GT foi vendido num leilão por 1,6 milhões de dólares, depois de ter sido apreendido pelo FBI a Robert C. Murray, um conhecido traficante de droga. Mais recentemente, em 2011, o 250 GTO que foi produzido para Stirling Moss tornou-se no automóvel mais caro de sempre (terá sido vendido por 35 milhões de dólares num negócio privado de que pouco se sabe). Mas são conhecidos os 28,5 milhões de euros pagos pelo GTO com o chassis 3851 GT, num leilão realizado em Carmel, nos EUA, em 2014.
INOVAÇÃO. Qualquer destes automóveis tem um lugar muito especial na história do automóvel e alguns deles, como o Alpine A110 ou o Lotus Elan, inovaram com soluções arrojadas como as carroçarias em fibra de vidro. No entanto, seria injusto não destacar o Alfa Romeo Giulia, que ficou conhecido como "o carro de família que vence corridas", o BMW 1500 que a BMW apresentou como a "Neue Klasse" e deu origem à afirmação da marca bávara, ou os britânicos MG B e Triumph Spitfire, que democratizaram o conceito roadster, que tem no Shelby Cobra o seu maior expoente de sempre, graças ao arrojo de uma carroçaria tão simples como leve, que escondia um monstruoso motor V8 de 4,2 litros.